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Olhos tristes, cabisbaixo, meio sem rumo, pobre coitado.

Era assim meio castanho-dourado, seus pelos já caindo, pernas lentas.

Já nem latia, era somente tristeza. Estava magro a olhos vistos.

Quem o abandonou? Nem se quer deu opção da adoção.

Poderia ter levado ao canil, mas não o fez, se desfez.

Quando pequeno era cheio de graça, fazia de um tudo para alegrar seu dono.

Corria quando o via chegar, fazia festa quando chegava da escola, passeavam Juntos.

Era pura alegria as brincadeiras. Hoje depois de tanto tempo, aquele menino se foi, agora é um adulto e nem liga mais. Deixou no canto como se fosse um brinquedo velho, já sem uso.

Hoje perambula pelas ruas, vive da esmola das pessoas, quem me dera pudesse eu tê-lo junto a mim.

Com certeza ele seria bem feliz. Levaria a passear, correr no jardim, fazer festa com um disco, “corre lá Caramelo, vai buscar, meu velho”.

 

Quem abandona um cão, abandona a criança que está dentro de si. Alegria de ter um cãozinho toda criança sabe, é puro divertimento, claro que também tem suas responsabilidades, mas nada paga o sorriso de ver o quanto é doce esse dueto.

 

Silvya Gallanni 23/03/2011

 

Silvya Gallanni
Enviado por VuJonga em 12/12/2022
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